TERAPIA INTENSIVA

A UTI ou Unidade de Terapia Intensiva é o setor do hospital destinado ao acolhimento de pacientes em estado grave com chances de sobrevida, que requerem monitoramento constante (24 horas) e cuidados muito mais complexos que o de outros pacientes.

É um ambiente onde os pacientes muitas vezes possuem várias comorbidades, usam múltiplos medicamentos e necessitam de diferentes máquinas para manutenção da vida: ventilação mecânica; hemodiálise; bombas de infusão; monitores; ECMO; USG a beira do leito; ECO tt,  entre outros.

Nos últimos anos houve um grande desenvolvimento da Medicina Intensiva no Brasil, sendo que o número de leitos em unidades de terapia intensiva (UTI) aumentou 36% entre 2005 e 2013 em todo o país. Aumentando também a demanda por profissionais especializados nessa área.

Idealmente,  os médicos que trabalham nesse ambiente devem ter especialização na área (residência médica) ou título de especialista pela AMIB. Dentre as várias competências e habilidades importantes para o futuro intensivista, acredita-se que, a capacidade de trabalhar sob pressão, habilidade de dar más notícias e a empatia, são características essenciais para quem atua nessa área.

Além disso, é fundamental ter bons conhecimentos em clínica médica, cirurgia, farmacologia, fisiologia e dominar a tecnologia do setor. 

Como a medicina intensiva lida com aqueles pacientes que estão em estado mais grave, às vezes com poucas chances de sobrevivência, ou necessidade de tratamentos muito invasivos, essas qualidades acima citadas são essenciais para a boa prática médica.

Por exemplo: a liderança da equipe multidisciplinar está sob responsabilidade do médico, que deve ser o responsável por dar as coordenadas e tomar as decisões acerca do tratamento, sabendo avaliar até que ponto certo procedimento pode ser benéfico ou não para o paciente.

Muitas vezes também é o médico o responsável por “cuidar” das famílias, conversando, orientando e às vezes até preparando os familiares para o desfecho de morte do ente querido.

A Clínica Médica é considerada uma das áreas bases da medicina, uma vez que engloba conteúdo das diversas especialidades clínicas. E esse é justamente um dos principais pontos de quem escolhe esta especialidade: você acaba sempre lendo e sabendo um pouco de tudo. O ponto forte são os desafios diagnósticos: os pacientes se apresentam com um conjunto de sinais e sintomas e é o clínico o grande responsável pela investigação. É como o House, do famoso seriado.

Contudo, um erro comum, principalmente daqueles afastados dos grandes hospitais e universidades, é se dedicar apenas a doenças de baixa complexidade e se tornar um grande encaminhador – hipertensão vai para o cardiologista, aumento de creatinina na Nefrologia, tonteira no otorrino e assim por diante. É importante frisar que a Clínica Médica, como especialidade, engloba a atenção primária/atenção básica, concentrada no nível ambulatorial, mas também a medicina interna, responsável pela visita dos pacientes internados. Do mesmo modo, a maior parte dos emergencistas são hoje clínicos.

Outra área importante de atuação são as ações preventivas individuais, orientando medidas saudáveis e realizando exames preventivos (check up). Uma mudança recente na formação do clínico é que, apesar do conhecimento global da especialidade, a maioria dos clínicos novos tem procurado ter uma área na qual ele aprofundou a experiência e o conhecimento, em geral acompanhando um serviço especializado ou por mestrado e doutorado. Como exemplo, temos clínicos com maior atuação em hepatologia, hipertensão, colagenoses, entre outras.

Em relação à formação, a clínica médica está presente como conteúdo do ciclo profissional da graduação e é um dos rodízios obrigatórios no internato, com duração mínima de três meses. Todo médico que escolher uma especialidade clínica, com exceção de dermatologia e neurologia, deverá realizar a residência de clínica médica (2 anos) antes do ingresso na especialidade.

COMPARTILHE